Por Emerson Ruteski
O subgênero que nasceu da irreverência da música funk e sertaneja.
A música sertaneja veio do interior do Brasil inspirado pela vida no campo. O funk nasceu nos subúrbios com muita ostentação e histórias de vida das favelas. Ambos os principais singles de festas a princípio inconciliáveis, ganharam tanto o gosto do público jovem que se tornou uma junção e deu origem a um subgênero, o funknejo.
''Existia um preconceito em relação do público funk por parte dos sertanejos, e ao sertanejo por parte dos funkeiros, para acabar com esse preconceito, de cinco anos pra cá alguém teve a brilhante ideia de misturar os dois e fazer um só'', disse Bruno Zannol, cantor Sertanejo Universitário.
''O sertanejo universitário foi uma evolução do próprio sertanejo raíz atendendo a vontade do público jovem, e tudo nasceu nas baladas. Foi tudo pensado'', disse Felipe Cesar, cantor sertanejo.
Os exemplos são muitos: a referência ao batidão em ''Pancadão ou Sertanejo'' de Latino e André & Adriano, bandas sertanejas dando suas versões para os bailes cariocas como: ''Adultério'' de Mr. Catra cantado por Pedro Paulo e Alex; ou ''Eu quero tchu, eu quero tcha” de João Lucas & Marcelo; Henrique & Diego, que gravou com o rapper MC Guimê a música "Suíte 14". O resultado foi chamado de "funknejo" e não saiu dos tops 10 de muitas rádios pelo país por algumas semanas. Podemos, inclusive, dizer que parte de todo o sucesso que o sertanejo tem hoje no Brasil se deve à sua versatilidade. Essa mistura toda hoje nos faz confundir quando ouvimos um hit tocado numa rádio, por exemplo.
Hoje todos os estilos combinam com todos os públicos e a música está se unindo para ganhar mais força. Também há outros exemplos, como o popnejo e o arrochanejo. A cantora Erikka Rodrigues, que lançou recentemente a música "Cara de Rica", subgênero do pop misturado com sertanejo, ''popnejo'', cujo vídeo já teve quase 7 milhões de visualizações no Vevo.
Magno Santos, cantor de funk disse que, devemos não rotular as coisas, a criação é sempre bem-vinda, e os subgêneros que eventualmente surgem são nada mais que um enriquecimento da nossa cultura popular. Isso é bom.